Análise: Final Fantasy XVI – reinventando sua fórmula

Reprodução.

Final Fantasy XVI finalmente chega ao PC, após mais de 1 ano de exclusividade no PlayStation 5, com melhorias gráficas, uma boa história e uma ótima pegada hack n’ slash, diferente da jogabilidade por turnos. Sendo o lançamento mais recente da franquia, e com mudanças na jogabilidade, ainda apresenta elementos que consagraram toda a série, mantendo ainda sua essência.

  • HISTÓRIA

A obra apresenta o mundo de Valisthea, dividido em 6 regiões com controles distintos, mas que carrega uma turbulenta pressão política desencadeada pelos reinos e pela praga que assola o continente.

No controle de Clive Rosfield, nosso objetivo ao longo da história vai mudando conforme o período do jogo, visto que toda a narrativa se passa em mais de uma década, ocasionado em alguns avanços temporais durante a história que são devidamente preenchidos por cutscenes explicativas, contextualizando o jogador em relação à época. No entanto, o roteiro é tão denso que às vezes chega a ser confuso pois, muitos nomes, seja de personagens ou de localizações geográficas, são acrescentados durante a narrativa.

Durante as cutscenes, temos a opção de acessar o sumário dinâmico, que nos permite acessar textos sobre personagens ou locais que estão citados no momento, facilitando o entendimento, sendo muito bem trabalhadas, o que aumenta a imersão e para aqueles que gostam de uma boa história, não limitando-se somente ao protagonista.

Apesar de ser o 16° jogo da franquia, a história apresentada é totalmente nova e não tem relação com os lançamentos anteriores, ou seja, perfeito para jogadores que nunca tiveram contato com a série, mas também para os jogadores veteranos, pois ainda carrega elementos e características passadas

  • GRÁFICOS E PERFORMANCE

Com a chegada do jogo ao PC, a limitação por hardware imposta pelo console é deixada de lado e podemos notar a real qualidade do jogo aumentando o preset gráfico, mas como consequência temos diversos stuttering, atrapalhando a experiência, até o momento desta análise.

Há uma imensa diferença entre os presets, mas é possível achar um balanço entre qualidade e desempenho, apesar de que algumas regiões específicas, como o Portão da Fênix, o jogo está mal otimizado que nem buscando desempenho nas configurações chegamos a uma performance aceitável. Apesar de que momentos como estes são curtos e não comprometem toda a experiência.

Já em relação a direção artística, nota-se um menor cuidado com o design dos personagens que muitas vezes parece genérico, se comparado com o Final Fantasy VII Remake ou até mesmo o Final Fantasy XV. Poucos personagens tiveram um cuidado de ter uma identidade única, como é o caso dos personagens que cercam o protagonista e os vilões, e o restante parece ter sido gerado proceduralmente por alguma ferramenta de geração de NPC. Personagens que deveriam parecer idosos e tem aparência de jovens, ou até mesmo personagens que parecem se repetir de tão similares que são.

  • JOGABILIDADE

Com a retirada da jogabilidade clássica por turno e a inserção do hack n’ slash, pode ser a porta de entrada para muitos jogadores que não curtem turnos, assim como podemos ver usuários veteranos torcendo o nariz. Lembrando muitos jogos como Devil May Cry, Dante’s Inferno e até mesmo se forçamos um pouco Darksiders, o jogo foca em combos e aprimoramento da árvore de habilidades que desbloqueia ou aprimora os seus golpes. O combate é repetitivo e ao decorrer do jogo, torna-se tedioso, mesmo liberando novos domínios.

Tendo dois tipos de dificuldades, uma focada em história e outra focada em ação, o jogo não apresenta muita dificuldade a não ser aumentar a barra de vida dos inimigos, estendendo os combates e tornando, por vezes, entendiantes. Peculiarmente, há um anel no jogo que automatiza todos os combos, facilitando a gameplay para aqueles jogadores que apenas querem usufruir da história. Resumindo, é possível passar por todos os combates apertando apenas um único botão, já que o jogo irá combar e esquivar automaticamente.

Sendo um RPG, também temos como equipar nosso personagem com armaduras e espadas, melhorando nossos atributos básicos, que adquirimos através de drop ao derrotar inimigos ou comprados através de comerciantes. Esses equipamentos também podem ser aprimorados no ferreiro.

Apesar de ter um mapa com diversas regiões exploráveis, não temos um mapa aberto e a exploração é bem básica, a depender do local é inexistente. Muitas dessas regiões são corredores com alguns inimigos, sendo que em algumas delas, conseguimos correr e ignorar as ameaças que parecem ser perda de tempo e funcionam para aumentar o tempo de gameplay.

As missões principais são bem trabalhadas, o que não pode ser dito das missões secundárias que também parecem ser genéricas iguais aos NPCs e que inflam desnecessariamente o jogo, e ao optar por não fazê-las, não estará perdendo quase nada, com algumas pequenas exceções.

  • TRILHA SONORA

Outro ponto forte do jogo seria a trilha sonora com faixas únicas que casam perfeitamente com o ambiente do jogo. Cada faixa se adequa ao ambiente, tornando as cansativas caminhas pelo level design de corredor mais leve.

  • CONCLUSÃO

Final Fantasy XVI é um jogo com defeitos em jogabilidade e level design, mas seu ponto forte é, principalmente, a história que contém diversas reviravoltas e prende o jogador, tornando seus pontos fracos quase irrelevantes. A cada cutscene, a narrativa pode tomar um rumo inesperado, aflorando a curiosidade do que está por vir. Já para jogadores veteranos, apesar da mudança da jogabilidade, ainda é um ótimo jogo. Então, se curte jogos com um enredo complexo, Final Fantasy XVI é uma boa pedida.

Nota: 8/10

Final Fantasy XVI foi lançado em 22 de junho de 2023 para PlayStation 5 e 17 de setembro de 2024 para PC.

Review feito a partir de uma cópia enviada pela Square Enix.

*As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do autor e não remete necessariamente a posição do ANMTV*