Análise: Fatal Fury – City of the Wolves | retornando com força após 20 anos

Depois de mais de 20 anos em hiato, Fatal Fury retorna com força em City of the Wolves, prometendo revitalizar a lendária franquia da SNK para uma nova geração. E em muitos aspectos, ela consegue — o jogo traz um estilo visual vibrante, trilha sonora marcante e sistemas de combate inovadores. Mas apesar do brilho nas lutas, há escolhas questionáveis que impedem o título de alcançar seu verdadeiro potencial.
Logo nos primeiros minutos, City of the Wolves impressiona com seu visual. Esqueça o realismo comum em outros jogos de luta: aqui, a estética de quadrinhos e anime domina. Os golpes especiais explodem na tela com cores intensas e efeitos estilizados, tornando cada combate visualmente memorável. A trilha sonora segue o mesmo nível — jazz no menu principal e composições empolgantes durante as lutas dão o tom certo e aumentam a imersão.
Mas nem tudo é pancadaria e estilo. O modo história, chamado Episodes of South Town, é um dos pontos mais fracos. A progressão é lenta e repetitiva: você move um cursor por um mapa e escolhe seu próximo adversário, quase como cumprir uma planilha. As cenas são, em sua maioria, apenas texto, o que torna fácil ignorar o enredo e apenas pular para a próxima luta. Mesmo o sistema de progressão falha em motivar, com melhorias básicas que desbloqueiam mecânicas que deveriam estar disponíveis desde o início.
Felizmente, quando o assunto é gameplay, o jogo mostra por que vale a pena dar uma chance. O sistema S.P.G. (Strategic Point Gain) adiciona uma camada tática interessante: o jogador escolhe quando o boost de poder será ativado — no começo da luta, com metade da vida ou em estado crítico. Essa escolha influencia diretamente o estilo de jogo, recompensando tanto agressividade quanto estratégia.
O sistema Rev é outro ponto alto. Ele permite o uso de golpes especiais enquanto a barra não atinge 100%. Quando isso acontece, o personagem entra em superaquecimento, ficando temporariamente limitado. Essa mecânica favorece tanto ataques certeiros quanto defesas bem sincronizadas, já que bloqueios perfeitos ajudam a resfriar o medidor e até recuperam um pouco da vida — um detalhe que pode virar o jogo em momentos críticos.
Para os novatos, City of the Wolves não deixa ninguém perdido. O tutorial é eficiente e o modo de controle simplificado ajuda a executar combos e especiais com facilidade. A customização dos personagens, embora limitada a roupas e acessórios, também permite um toque pessoal na escolha dos seus lutadores favoritos.
No fim das contas, Fatal Fury: City of the Wolves é um pacote visualmente incrível com um sistema de combate sólido e acessível. Para quem busca um novo jogo de luta em 2025, ele entrega uma experiência divertida, com boas ideias e espaço para domínio técnico. Ainda assim, o modo história sem brilho e a polêmica com o personagem convidado pesam contra. Com ajustes, poderia ser um título lendário — por enquanto, é apenas uma boa luta com alguns golpes mal calculados.
Nota: 7/10
Fatal Fury: City of the Wolves esta disponível para PS5, Xbox Series X/S e PC.
*Análise feita a partir de uma cópia do jogo enviada pela SNK.
*As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do autor e não remete necessariamente a posição do ANMTV
Notícias relacionadas
Análise – River City Saga: Three Kingdoms Next – O Romance das 3 Gangues
Jogo reconta épico da literatura oriental combinando simplicidade e pancadaria
Análise: Dimensionals – voltado a um combate por turnos
Jogo voltado para o combate por turnos