Análise: Elio | Aventura espacial com um toque de família

Nesta quinta-feira (19), a Disney/Pixar lança sua mais nova produção original nos cinemas: Elio. A animação promete ser uma aventura espacial protagonizada por um menino solitário e, sim, prepare-se para mais uma surra de sentimentos que estes filmes animados costumam entregar. Porém, diferente de produções como UP: Altas Aventuras e Viva: A Vida É Uma Festa, este aqui pode até lhe fazer chorar, mas creio que a aventura e toda a jornada são relativamente mais leves.

Está é uma empolgante animação para toda a família, com ênfase na conjuntura familiar, e sabe o porquê? Pois este é um projeto que fala bastante sobre a relação entre pais e filhos — ou responsáveis e filhos.

Elio é um garoto que precisa morar com sua tia Olga, uma militar que trabalha numa base espacial, após perder seus pais. No entanto, o menino acredita ser um fardo para sua responsável e deseja ir embora para o espaço, após escutar sobre a possibilidade da existência de vida fora da Terra e isso torna-se a sua missão de vida e o pequeno não desistirá até conseguir.

Porém, como é de se imaginar, esta fixação lhe traz problemas e uma série de desventuras passam a ocorrer, até que sim — alienígenas chegam e o levam. Mas será mesmo que ele precisava ir embora? Que sua tia não o ama e não o quer presente? Esta falta de diálogo e compreensão de ambos os lados é o que permeia a trama. E isso fica ainda mais pessoal quando vamos ao espaço, devido ao novo amigo de Elio, chamado Glordon.

Assim como o menino terráqueo, Glordon possui problemas com seu responsável, no caso, seu pai: Lorde Grigon. O simpático garoto ET acredita piamente que seu pai não o ama, por conta da forma que o mesmo lhe trata. Inclusive, há uma sucessão de adjetivos ditos pelo menino sobre si mesmo que irá fazer o brilho sumir de seu rosto, com toda certeza.

Esse tipo de filme, voltado ao público familiar, lidar com esta temática é algo muito positivo, pois — quem sabe — pode causar algum tipo de mudança positiva nestes relacionamentos fraternais, isso se a parte mais velha da equação abrir sua mente e seus olhos e desejar também esta mudança. E digo isso principalmente em relação ao Glordon, que pode abrir diversos subtemas ali nas entrelinhas.

Tá, mais esta é a parte emotiva… e cadê a parte legal da aventura espacial? Isso começa para valer com a chegada de Elio em um local conhecido como Comuniverso, onde várias espécies da galáxia se reúnem para trocar conhecimento e o Lorde Grigon deseja fazer parte dela. Mas este desejo não será algo simples e o seu descontentamento atuará como o motor de todas as situações caóticas que vemos no desenrolar deste filme.

Elio é sobre família, sobre saber escutar, sobre aprendizado, sobre amizade. É tudo isso. Uma gama de elementos importantes e que podem unir muito mais do que dividir.

Nota: 8/10

Elio estreia dia 19 de junho nos cinemas.

*As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do autor e não remete necessariamente a posição do ANMTV*