Análise: Donkey Kong Bananza – Destruindo tudo!

Reprodução.

Em 1981 chegava aos arcades Donkey Kong, jogo que apresentaria ao mundo personagens de algumas das maiorias franquias do universo dos games. Nele você assume o controle do até então desconhecido Mario que deveria resgatar Pauline das garras do gorilão. Agora, mais de 40 anos depois, Donkey Kong (ou simplesmente DK) surge em uma nova experiência de jogo em 3D com a companhia da jovem Pauline em aventuras atrás de realizar seus desejos: voltar para casa e … bananas! Após certa de 25 horas para completar o objetivo principal e pegar muitas (muitas mesmo) bananas, é hora de dizer se Donkey Kong Bananza vale a pena ou não. 

O JOGO

Donkey Kong Bananza é um jogo single player, com modo cooperativo de aventura que mistura elementos de plataforma e exploração em regiões abertas que se comportam como fases do game. Você inicia no papel de DK que está em uma mina explorando para encontrar bananas. Ou, de forma mais específica, um elemento raro: o banândio. Após um breve prólogo, DK é transportado para uma camada subterrânea devido a ação dos vilões do jogo: a Void Company que estão atrás do banândio existente nas camadas subterrâneas da Terra. Para detê-los, DK se une a uma rocha misteriosa, que conforme já revelado nos trailers, nada mais é do que a Pauline. Para evitar possíveis spoilers, não haverá um aprofundamento maior na história aqui, apenas mencionar que o momento em que DK e Pauline se juntam é quando a aventura irá começar para valer.

Nintendo / Divulgação

Se voltarmos um pouco no tempo, Super Mario Odyssey apresentou uma aventura cuja estrutura é similar: um personagem secundário que te acompanha durante o jogo e lhe fornece poderes. Se antes tínhamos o Cap e sua habilidade de “possuir” um inimigo ou objeto, agora temos Pauline que com seu canto ativa transformações Bananza. Você pode virar um super gorilão poderoso e sair destruindo tudo, uma zebra super veloz ou até mesmo um avestruz que voa. Transformações que são apresentadas no trailer mas que existem muitos outros elementos para descobrir. Apesar de necessitar de uma barra de energia para se transformar, esse trabalho não é complicado e o tempo que você poderá passar transformado é consideravelmente alto durante todo o game. Talvez aqui surja um pequeno problema: é possível alterar entrar as transformações de forma automática bastando apenas pressionar para o lado no controle, mas ao avançar no jogo essas mudanças não são lá muito práticas. Um sistema de câmera lenta com uma roda de opções (semelhante a Ratchet e Clank) e você pular direto para a transformação deseja facilitaria mais do que ficar passando pro lado até achar o animal desejado. 

Esse é um pequeno problema que não impacta tanto, mas é uma brecha para um refinamento do gameplay.

Nintendo / Divulgação

Ainda semelhante ao Mario Odyssey, DK precisará coletar muitos itens no meio do caminho. O principal, que substitui as luas, são as bananas.  Esse elemento não será necessário para avançar nas fases porém é extremamente útil para desbloquear novas habilidades do DK. Sim, existe uma árvore de habilidades para eles. Além disso, a busca por fosseis no jogo servem para trocar por novas roupas que além de mudar o visual (tanto do DK quanto da Pauline) oferecem alguns buffs como aumento do tempo de transformação ou até melhorar a defesa. Um destaque a parte para a localização em português que contam com todos os textos em nossa idioma e conta com a dublagem da Pauline também em português (é a única personagem que fala uma língua “conhecida”). A Nintendo mais uma vez acerta por não apenas traduzir mas inserir a cultura brasileira sem que fique algo forçado ou estranho (eu ri quando soltou um “tenho que azeitar as cordas vocais”). Agora, vários personagens poderiam ter vozes também. 

DESTRUIÇÃO TOTAL

Talvez o ponto de maior destaque do jogo seja o fator de destruição. Com seus punhos, DK pode sair destruindo (quase) tudo que vê pela frente. Todos os mapas possuem uma espécie de base, uma região que não pode ser destruída, mas que além dela vem várias camadas de pedra, terra, gelo, lava, cristal entre outros elementos que podem ser destruídos. Destruir o cenário faz parte da jogabilidade principal e como lidar com isso vai de cada jogador. Quer destruir tudo e achar os itens na força bruta? Pode. Quer ir com mais calma e só destruir quando identificar algo importante? Também pode.  

O número de partículas na tela chega a ser algo assustador em alguns momentos e incrível de pensar que console portátil está renderizando aquilo tudo. Infelizmente nem tudo é perfeito, em muitos momentos a queda de quadros é perceptível. Na maior parte do tempo não atrapalha, porém em dois momentos específicos, que eram lutas contra chefes, se tornou complicado. Principalmente na batalha final que enquanto não compreendi como derrotar o inimigo a tela ficou lotada de tantos elementos que o jogo estava rodando no mesmo nível do Pokémon Scarlet/Violet no Switch 1. Depois que compreendi, a luta fluiu melhor mesmo assim a performance incomodava. Considero um problema que pode ser corrigido com atualizações, e assim espero. Não tira o brilho do jogo, mas seria bom um polimento principalmente nesses momentos. 

VALE A PENA?

Donkey Kong Bananza é sem dúvidas o melhor jogo 3D da série e entra fácil no top 5 entre todos os demais estilos. Aproveitando a expertise adquirida em Super Mario Odyssey, o time de desenvolvimento criou um jogo com a cara do DK unindo gameplay viciante e destrutivo. É sempre complicado recomendar um produto que aqui no Brasil é extremamente caro e acaba sendo artigo de luxo, portanto, se você tem a possibilidade de adquirir, a diversão valerá o investimento. 

Apesar das quedas de quadros por segundo e o alto valor, o jogo é extremamente recomendável não só para os fãs mas para todos bons amantes de jogos de aventura e que pode até ser uma boa porta de entrada para quem nunca jogou algo do Donkey Kong. 

Para os fãs de longa data: tenho certeza que irão gostar de algumas surpresas não reveladas pela Nintendo.

Pontos Positivos

  • Muitas regiões diferenciadas
  • Transformações empolgantes
  • Totalmente em português 

Pontos Negativos

  • Quedas de performance
  • Preço no Brasil

Nota: 10

Donkey Kong Bananza já está disponível para Nintendo Switch.

*Para fins de análise, foi utilizada uma cópia do jogo gentilmente cedida pela Nintendo. 

*As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do autor e não remete necessariamente a posição do ANMTV*