
Se tem um assunto que gerou muito debate, este por sua vez foram os bebês reborns — bonecas que se assemelham a bebês humanos com um toque de realismo que chega a assustar, usados para questões terapêuticas, simulação de amamentação e acolhimento, mas envolto a polêmicas, muito pelo seu uso indevido para obter benefícios, quanto para tirar vantagem de outras pessoas.

Dollhouse, filme de terror japonês que estreia no Brasil nesta quinta-feira, aborda o trauma e dor, combinado com o sobrenaturalismo como assombração e a alucinação. Kae Suzuki, interpretada por Masami Nagasawa — de Shin Kamen Rider e Shin-Ultraman, é uma mãe que teve sua vida virada de cabeça para baixo após perder sua filha de forma trágica em um acidente doméstico. Como forma de superar sua dor, decide adquirir um bebê reborn. Entretanto, ao engravidar novamente, decide guardar sua boneca, pois já não necessita mais dela. É a partir daí que o horror começa.
Mai, sua nova filha, já crescida, encontra por acaso o brinquedo e passa a brincar com ela. Entretanto, eventos estranhos passam a ocorrer de forma misteriosa. Nesta ocasião, acabei me recordando da cena com o brinquedo assassino, em que Kai questiona o ocorrido e a Mai acusa a boneca. Momentos depois, a mãe, após desconfiar do brinquedo, tenta se livrar do objeto e acaba causando mais situações bizarras e estranhas. Isso motiva a investigar o que de fato é a boneca? E dar o fim de vez ao brinquedo.
Posso dizer que Dollhouse é um filme que começa como um drama e evolui para um terror, porém não é uma coisa que se mistura e sim algo que muda de tom, de um momento para o outro. Isso prejudica a trama? De forma alguma, dentro da proposta, funciona. Vamos dizer que o filme utiliza um gênero como gancho para outro gênero. O horror acontece de forma muito sutil, sem muitos exageros. Os momentos de investigação funcionam como um quebra-cabeça, onde nem todas as peças se encaixam. Entretanto, nem tudo são flores. Há momentos anticlimáticos, como por exemplo, um monge dizer que se confundiu, que faz parecer que o longa não quer se levar a sério.

Outros momentos de destaque são os de alucinação que fazem o espectador questionar se o que está acontecendo é real ou não. Tem situações que também fazem você perguntar: será que morreu? Os personagens no longa demonstram que, apesar de todas as situações, começam a desconfiar e perceber que todos os eventos estão ligados à boneca, como se fossem mais inteligentes em perceber tudo que está acontecendo de forma muito rápida.
Dollhouse é um longa que mescla os gêneros que, em contrapartida, não inova, mas traz uma trama interessante que foca na perda e luto, com assombração. Espero muito que o diretor Shinobu Yaguchi consiga ter o potencial de fazer algo mais criativo e inovador nos próximos projetos.
Nota: 8/10
Dollhouse chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (6).
Agradecimentos a Sato Company pelo envio antecipado do material.
*As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do autor e não remete necessariamente a posição do ANMTV*
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