Análise: Digimon Adventure 02 – O Início é mais pessoal do que você imagina

Reprodução.

Chegou aos cinemas brasileiros na última semana o mais novo longa dos monstrinhos digitais Digimon Adventure 02: O Início e que, diferente do que muitos possam imaginar, vem com uma carga maior de sensibilidade e maturidade do que estamos acostumados a assistir na franquia como um todo.

A produção chegou por aqui através da Paris Filmes e devo ressaltar ter fico decepcionado com a falta de divulgação que ela vem sofrendo. Senti falta de algum pôster ou algo do tipo nos cinemas, sem falar que não há comerciais em lugar nenhum, se o fã não nos acompanha, ou a outras fontes de informação relacionadas à cultura pop japonesa, dificilmente ficarão sabendo que este longa dos digiescolhidos está em cartaz.

De todo modo, venho aqui comentar sobre as minhas impressões sobre o mesmo e irei focar apenas no que eu vi e senti assistindo este projeto. De primeira, sua atmosfera lembra o Last Kizuna apresentando as crianças, agora sendo jovens adultos, em suas novas circunstâncias de vida até que um digiovo – ou digitama, se preferir – surge na Torre de Tóquio.

Toei Animation / Divulgação

A população está curiosa, mas não aparentam preocupação extrema, incluindo os próprios digiescolhidos que se movem apenas quando observam um estranho rapaz chamado Lui escalando a torre com um digivice em suas mãos. A partir daí a história se inicia e o foco cai totalmente neste garoto peculiar. Não espere desenvolvimento dos demais personagens, você não terá.

A história é muito pessoal e é direcionada ao novo personagem… Isso é bom ou ruim? Não sei, mas devo concordar que foi ousado e interessante. Até porque, a vida deste Lui não foi fácil e acabamos simpatizando pelo rapaz de imediato. O que ele sofreu em sua infância nos sensibiliza de uma forma, que sentimos vontade de entrar na tela e dar-lhe um abraço apertado.

A atmosfera madura logo toma conta, o desenvolvimento da história é baseada em seu passado e as aventuras e lutas ficam em segundo, aliás, terceiro plano. Para dizer a verdade, nem há aventura… mas há lutas que não empolgam tanto quanto a trama ali desenvolvida. Acompanhei o longa ao lado de um amigo querido que citou algo que eu achei interessante e concordo: misturaram Digimon com Neon Genesis Evangelion.

Toei Animation / Divulgação

Imaginem o Shinji sendo um digiescolhido e precisando lidar com os problemas existentes em sua cabeça para poder dar um jeito no que está ocorrendo do lado de fora. É isso que vemos com Lui e o seu parceiro Ukkomon. O novo monstrinho, inclusive, é muito simpático mas sempre transmite uma aura esquisita, como se não fosse algo do bem… Mas ele é. Talvez o estilo abordado para este filme é que nos faça sentirmos isso sobre o pequeno.

Não tema, pois as digievoluções estão aqui. Elas só não importam muito e só são realizadas para as vermos em tela mesmo. Inclusive, diferente do que vimos em Adventure Tri ou Last Kizuna, elas não tiveram nenhum brilho ou arte diferenciada, foram feitas da mesma forma que vimos na televisão. Nada de novo. E nenhuma transformação nova ocorreu também.

A impressão que dá é que a Toei Animation permanece numa tentativa de desvirtuar a série daquela imagem infanto-juvenil. Vimos um vislumbre disso em Digimon Tamers, seguiu-se na terceira fase de Digimon Xross Wars (Digimon Fusion por aqui) e até mesmo na recente Digimon Ghost Game. Provando que a série não é a cópia de Pokémon que muitos afirmam ser.

Toei Animation / Divulgação

A animação não é o que eu esperava, mas consegui me entreter. É o que importa e digo que é válido para aqueles que cresceram assistindo deem uma chance para o mesmo.

Digimon Adventure 02: O Início está em cartaz nos cinemas brasileiros.

*As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do autor e não remete necessariamente a posição do ANMTV*