
Bungie / Divulgação
A nova expansão de Destiny 2: Queda da Luz (Lightfall, em inglês) chegou com a promessa de dar um fim à saga Luz e Trevas que vem sendo trabalhada nos últimos anos. Mas será que a promessa será cumprida?
Através dessa análise serão apresentadas impressões sobre o conteúdo dessa expansão, evitando-se também possíveis spoilers da história.
Vale aqui mencionar que essa expansão continua uma série de acontecimentos dos últimos anos. Então, se você é novo nesse universo ou está na dúvida se deve começar agora, é aconselhável explorar tudo o que Destiny 2 já ofereceu antes de pensar em adquirir essa expansão. Mas se você já é um antigo Guardião, a ideia é que os tópicos abordados aqui possam ajudá-lo a decidir se deve comprar ou não esse complemento. Dito isso, vamos ao que interessa.
Aspectos Técnicos
A campanha principal de Queda da Luz aborda o confronto entre os Guardiões e a Testemunha, confronto esse que acaba se estendendo até um novo planeta, Netuno, que nunca havia sido explorado até então. Ao longo de cerca de 5h a 7h de campanha, o jogador é apresentado a novos personagens, uma cidade cheia de luzes, novos equipamentos e, principalmente, uma nova subclasse.

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Para alguém que joga Destiny desde 2014, ou embarcou nessa aventura durante os anos seguintes, sabe que a estrutura do jogo foi muito modificada com o passar do tempo e a cada expansão lançada. Sempre buscando melhorar, a Bungie chegou em um ponto onde era difícil encontrar grandes problemas com o seu jogo, contudo, foi a partir dessa expansão que as falhas ficaram mais visíveis. Apostando em uma estrutura idêntica a tudo que foi feito nos últimos anos, a expansão não entrega quase nada de novo, sendo a subclasse Filamento o único brilho criativo em meio a um festival de repetições.
Em um documentário no formato de vídeo, desenvolvedores falam sobre a criação dessas novas habilidades e como fugiram de um padrão onde pretendia-se que ela fosse uma classe de veneno. O Filamento é uma subclasse que se baseia em cordas e que ao longo da campanha é explicado um pouco sobre sua origem e as conexões com elementos importantes da história. Mesmo sendo o ponto alto da expansão, os defeitos são inegáveis, e entre o que mais me incomodou foi a forma como esse novo poder foi apresentado durante a campanha principal. Basicamente você chega em Netuno e após alguns passos pela rua… pronto! Você encontra uma fonte de poder e destrói dezenas de inimigos do local, de modo que esses encontros acontecem em vários momentos da campanha.
Se houve criatividade na criação da classe, o mesmo definitivamente não pode ser dito com as aparições destas fontes ao longo da história. Foi basicamente algo como “coloca ali no canto de uma área que precisa e tá tudo certo”.
O início da campanha, liberado para todos, mostra essa parte, de forma que a estrutura das missões permanece exatamente a mesma, sem qualquer novidade. Não entendam mal, as campanhas nos últimos anos tem apresentado missões principais muito boas, porém, sinto que a repetição da mesma estrutura, ano após ano, já chegou ao seu limite, até a duração é semelhante. Se espera uma campanha longa, esse não é o foco e acredito que nunca vai ser, pois Destiny sempre apostou alto no endgame e na busca por equipamentos mais poderosos. Falta inovação e não apenas reaproveitar elementos com novas aparências.

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E por falar em reaproveitar, as dezenas de partes da armadura que sempre dropam nos últimos 5 anos, continuam terríveis de suportar. Com a chegada de mais conteúdo, imaginava-se que haveria uma diversidade maior, mas foi o contrário, sem falar que desde que o jogo começou a vender cosméticos, parece que essa parte visual ficou restrita a itens para serem comprados com dinheiro real. Uma pena, pois o visual das armaduras sempre foi um ponto forte do jogo. Contudo, esse excesso de monetização é o que me faz pensar: com tantos cosméticos e uma expansão com poucos conteúdos, o valor cobrado é de fato justo?
Outra coisa que já está na hora de mudar são os inimigos. Até aparece por aqui um inimigo totalmente novo e interessante, o Algoz, além dos dois grandes chefes Calus e Testemunha, mas eis que o jogador vai para outro planeta e continua a lidar com Vex, Cabal, Possuídos… . Não vou entrar na questão se enfrentaremos eles mas ao se ter uma batalha final com um inimigo que não entrega nenhum momento épico, a impressão que dá é de ser uma batalha final de qualquer assalto simples. O que chama a atenção também, é que em inúmeros momentos ocorreram bugs que comprometiam seriamente o andamento da missão.
Em uma parte avançada da história, era necessário absorver o filamento para avançar no mapa. Todavia, mesmo ao se fazer isso, a passagem não foi liberada forçando quem joga a ter que abandonar a missão. Por sorte, as missões tem checkpoint e quando houve retorno, o personagem controlável encontrava-se perto do ponto onde o bug aconteceu. Não chegou a ser preciso refazer toda a missão, mas bugs que impedem o progresso podem estragar a experiência e causar preocupações aos jogadores.
Veredito
Apesar de repetir quase tudo que já foi feito, Queda da Luz mantém parte da força de Destiny, com sua gameplay viciante e seu ótimo visual, ainda que a única razão de recomendar a compra dessa expansão é se os consumidores que sejam muito fãs da franquia, não se importarem em gastar o valor cheio a fim de acompanhar a história trazida. Mas com exceção disso, o recomendável é esperar uma promoção que a deixe mais barata.

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Vale destacar que a nova raid chegará apenas em 10 de março, o que dá tempo suficiente de desbravar a campanha para atingir o poder base de 1750, fazer patrulhas em Netuno, curtir os eventos públicos, completar jornadas atrás de novas armas e enfrentar missões e assaltos em níveis mais difíceis em busca no poder máximo que é 1810.
Espera-se que Destiny evolua em futuras expansões, ou até mesmo em um Destiny 3, visto que atualmente a sensação é que Queda da Luz apenas reaproveita diversas estruturas para estender um pouco mais a vida do jogo, o que é lamentável para um produto criado seguido de um hype de “última parta da saga Luz e Trevas”, pois dá pra se perguntar se essa será de fato a última parte.
Pontos Positivos:
- Criatividade na criação da nova subclasse e no novo mapa que foge da estética das últimas localidades
Pontos Negativos:
- Falta de inovação em mecânicas de gameplay, inimigos e armaduras
- Batalha Final chata, sem emoção e apelativa
Nota: 7/10
Destiny 2: Queda da Luz está disponível para as plataformas PS4/PS5, Xbox One, Xbox Series X|S e PC. Para fins desta análise, foi utilizada a versão de PS5 do jogo.
Autoria: Brian Barroso
*As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do autor e não remete necessariamente a posição do ANMTV*
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