Análise – Capitão América: Admirável Mundo Novo entrega continuidades da série sem muitas admirações

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O novo longa do Capitão América promete uma atuação mais autônoma de Sam Wilson, que assumiu o legado do escudo, abandonando as margens de ser secundário como em Capitão América: Soldado Invernal, ou dividir protagonismo como vimos em Falcão e O Soldado Invernal, para finalmente trabalhar com mais louvor o tão honrado título de maior herói patriota.

A produção é fiel nos fatos construídos ao decorrer das fases do MCU, dando continuidade aos eventos fixados em Capitão América: Guerra Civil e na série Falcão e O Soldado Invernal, estabelecendo uma nova tentativa de reconciliação entre os heróis remanescentes e o governo americano, recomeço provocado por ameaças maiores já vivenciadas, como Thanos.

A dinâmica entre Sam Wilson e o (novo) General Ross é até interessante, mas acaba ficando nos limites da superficialidade, considerando que a visão de mundo do novo Capitão América é mais influenciada pela lealdade por seus amigos e não na soberana proteção do país (o que certamente evidencia uma certa inocência), enquanto o pretexto usado para diminuir a rigorosidade longamente construída de Ross é tão somente o afastamento de sua filha, sendo esse o pretexto utilizado para aproximar esses dois personagens opostos.

Marvel Studios / Divulgação

Há a utilização de mais personagens do MCU, porém sem muitas novidades, sendo que tais personagens sequer exercem papéis secundários, sendo peças necessárias para a trama, mas não chegam a serem peças fundamentais para o desfecho narrativo, permanecendo como complementos de participações.

Por outro lado, o novo Falcão apresenta uma ótima sintonia com o Capitão América, assumindo um verdadeiro papel de pupilo, provando com honra que merece com vasta homenagem o título do herói, mas é impedido de exercer mais o seu papel por questões maiores. Essa nova dupla flui de forma superior ao compararmos o “bromance” entre Steve Rogers e Sam Wilson.

Ao que parece, dessa vez, ambos os personagens, ao assumirem seus novos títulos como Vingadores, passam a representar um povo americano que merece ser ouvido nos tempos atuais, sendo essa uma oportunidade da Marvel estabelecer seu posicionamento no atual status quo. Entretanto, mesmo tendo todas as ferramentas para essa oportunidade, o longa permanece neutro nas questões políticas, focando-se apenas em seguir com a jornada fechada do herói.

Marvel Studios / Divulgação

No quesito de explorar outras produções canônicas, o filme até paquera alguns eventos afastados da série do Falcão, mas ainda assim permanece com o objetivo de construir o embate já anunciado no trailer, o que não chega a ser um ponto negativo.

E é basicamente nisso que o longa se resume: em entregar o conflito já anunciado em seus trailers oficiais, não ultrapassando nada além do já anunciado, sendo esse, sim, um ponto negativo.

Capitão América 4 é um produto que até fecha com saldo positivo (“OK”), mas passa longe de atender as expectativas dos fãs, entregando exatamente o que o trailer promete ao público. 

Talvez no formato de série, como uma segunda temporada de Falcão e O Soldado Invernal, o filme poderia ser recebido com grande êxito, se tornando o mais novo sucesso televisivo da Marvel, o que infelizmente não será nos cinemas.

Capitão América: Admirável Mundo Novo estreia nesta quinta-feira (13) nos cinemas.

Nota: 6,5/10

*As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do autor e não remete necessariamente a posição do ANMTV*