Análise: Call of Duty Black Ops 7 – Promissor.. só que cheio de más decisões

Reprodução.

Call of Duty: Black Ops 7 chega tentando renovar a franquia com uma campanha cooperativa, multiplayer revitalizado, o retorno do modo Zumbis e a estreia do modo Endgame (que logo será removido da campanha). É um novo respiro para uma franquia já consolidada e que muitos de nós passamos horas e horas jogando. É algo que remete aos nossos melhores momentos de infância (se você já for um adulto, óbvio). Mas veio como deveria? A resposta é um singelo não.

Após algum tempo jogando, encontrei um jogo que, quando se concentra no que Call of Duty faz de melhor, atinge um nível muito alto… mas, ao mesmo tempo, consegue atingir níveis tão baixos que fazem com que as críticas desferidas pela comunidade façam todo sentido.

Treyarch / Activision / Divulgação

A qualidade gráfica e estabilidade estética não deixam a desejar, seja no modo multiplayer de seis contra seis, Zombies e até mesmo no Endgame, onde você pode realmente passar horas se divertindo cooperativamente. A performance no PlayStation 5 também ficou dentro do esperado, mas inferior no PC mesmo em configurações recomendadas, algo que imediatamente vai desagradar a muitos.

Por outro lado, várias decisões estruturais prejudicam a experiência, especialmente para quem prefere jogar sozinho. Afinal, não é sempre que você tem interesse em se juntar a um grupo – seja por paciência ou preferência. A campanha exige conexão constante, sem qualquer possibilidade de pausas e checkpoints, o que torna algo desgastante e cansativa quando se encara sozinho. A narrativa, apesar de algumas boas ideias, não consegue mostrar a que veio, e se for aventurar-se sozinho, tudo ficará ainda mais estranho, já que tudo foi pensado visando o progresso de grupo.

Treyarch / Activision / Divulgação

Além disso, a sensação de “estar sempre conectado”, a falta de controle sobre a própria experiência individual e o acúmulo de sistemas de progressão, passes de batalha e itens cosméticos dão a impressão que Black Ops 7 prioriza o lucro acima (não que eu seja inocente em não saber que o propósito é este), mas isso destrói a experiência. E algumas coisas que antes até se mostravam toleráveis já não são mais.

Talvez por ser a preferência dos desenvolvedores, o modo multijogador é competente. Aqui o jogo entrega tudo o que se espera. Os mapas de seis contra seis nos fazem lembrar dos melhores cenários da franquia, com rotas bem definidas, zonas de combate e espaço para diferentes estilos. Mesmo que para muitos o estilo único seja um só.

Call of Duty: Black Ops 7 é um paradoxo. Como um jogo de tiro puro, possui momentos brilhantes. O multiplayer é satisfatório; o modo Zumbis resgata parte da magia perdida e o modo Endgame oferece uma experiência com muito potencial, mas sempre com aquele gostinho de que podia ser melhor.

Ao fim do dia, Black Ops 7 consolida-se como um capítulo obscuro, sem muito a dizer para o que veio. Ele existe, está aí, mas não é nem de longe o que um dia nos familiarizamos e apaixonamos.

Nota: 5/10

Autor: Gustavo Arten

Agradecimentos a Activision pelo envio antecipado do material.

*As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do autor e não remete necessariamente a posição do ANMTV*