Análise: Besouro Azul é o clichê bem temperado do melhor restaurante da cidade

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Conforme os dias iam passando e a data de lançamento para Besouro Azul (Blue Beetle) se aproximava, me colocava em dúvida: “eu realmente devo ir assistir no cinema?“, digo, foram tantas recentes decepções com a DC nas telonas, seria apenas mais uma? Felizmente mudei de ideia nos instantes finais e posso dizer com segurança, valeu a pena!

Antes de mais nada é importante destacar que Besouro Azul está longe de ser inovador ou revolucionário, nenhum aspecto disso, ele é o que se propunha a ser desde o início, um filme seguro, que não corre risco, mas que cumpre bem aquilo que promete, apenas existir e divertir.

Warner Bros. / Divulgação

Poucas vezes esbocei e presenciei o mesmo de pessoas ao meu redor quanto a um longa-metragem, no que diz respeito a representatividade. “E isso importa?“, você pode vir a se perguntar. Para alguns até tanto faz, mas neste caso, é diferente, tem um toque especial, tem um toque tropical.

Desde o momento em que desembarcamos juntos ao protagonista na fictícia Palmeira City, é como se estivéssemos voltando de viagem pra casa, não por vermos um ou outro elemento que remeta a América Latina ou Brasil, mas definitivamente por tudo ali ser.. como ir comprar um pão na padaria, ou ir a feira comer pastel no domingo. Tem uma rua igual próximo a sua casa que está no filme, e isso faz com que o espectador se conecte quase que instantaneamente e se deixe levar.

Com um clima bastante acolhedor, fica fácil você se importar e querer saber mais sobre cada um daqueles personagens, da família do jovem Jaime Reyes, que por sinal, são a alma e o coração do projeto. Estar junto a cada um deles é como reviver momentos íntimos com membros queridos e que importam muito pra você.

Warner Bros. / Divulgação

Mas claro, nem tudo são flores. Se a família são a alma e o coração do projeto, os vilões por outro lado, são pontos totalmente opostos. “Oi, eu que sou o vilão, tá?” e só. Não espere qualquer tipo de desenvoltura em relação a isso. Até existe certa redenção quanto as ações de um deles ao final, mas nada que já não tenhamos visto antes. E aí que tá um ponto interessante. Muito do que estamos vendo em tela, já vimos em outros filmes, mas.. porque isso não seria uma coisa boa? Se bem feito, porque não? E levemos em consideração o desgaste da marca DC nos últimos anos. É um respiro mais do que necessário.

Em relação a parte técnica da produção, é até impressionante que só tenham gasto US$ 120 milhões, pois estão um deleite a parte. Sabe quando você nota que cada mínimo detalhe teve um cuidado extra para que fosse o melhor possível? Pois é exatamente o que se vê aqui. Desde coreografia, sequências de ação, ambientação e efeitos visuais, tudo bem trabalhado e coordenado.

E claro, não podemos deixar de não falar da nossa presença brasileira em tela, a atriz Bruna Marquezine, que contrariando a tudo e todos, entregou uma atuação segura de si e com bastante entrega.

É clichê? É. Mas é o típico clichê gostoso de se assistir, o filme que você nem sabia que precisava. Aquela diversão descontraída de um sábado à tarde. O prato bem temperado do melhor restaurante da cidade.

*As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do autor e não remete necessariamente a posição do ANMTV*