Análise | A Princesa Sacrifício E O Rei Das Feras | Uma novelinha das 18h em anime

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Quem nunca se imaginou sendo um monarca dono de terras prósperas, verdejantes e vivendo em um castelo medieval junto de seu grande amor, que atire a primeira pedra. Bem, talvez alguns realmente atirem, mas a questão é que, tal fantasia, além de ser muito comum no imaginário humano, também é bastante presente em animes e mangás, que por ventura queiram contar uma história romântica sobre algum casal “água com açúcar” apaixonadinho. Óbvio que em A Princesa Sacrifício E O Rei Das Feras (Niehime to Kemono no Ō) isso se aplicaria com uma variação ligeiramente curiosa, mas suficientemente eficaz em nos fazer acompanhar a trama para saber se vale ou não a pena, gastar um tempo para assistir.

J.C. Staff / Divulgação

Caso antes você queira uma breve situada no anime em que vamos apresentar, confira a breve sinopse sobre a história: Um monarca das Feras é habitualmente presenteado com sacrifícios humanos femininos como alimento, visando afirmar a paz de seu povo e a raça humana. Contudo, o 99º sacrifício trazido à capital, a jovem Sariphi, desperta a curiosidade do Rei. Surpreendentemente, essa jovem humana não demonstra medo nem diante dele, nem diante de qualquer outra criatura, e aceita seu destino sem implorar ou derramar lágrimas, pois não tem lar ou família para retornar caso seja libertada. Achando tudo muito intrigante, o misterioso rei das feras a deixa ficar ao seu lado como sua consorte, apesar de ser humana e ter antipatia de todo um reino.

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Com roteiro de Seishi Minakami (A Certain Scientific Railgun) e direção de Chiaki Kon (Naruto: Shippuden ; Bleach e Gokushufudou), o anime do estúdio J.C. Staff  começa com muita modéstia apresentando uma história misteriosa e de nuances sombrias que, por muitas vezes, irão surgir em seus 24 episódios, ao mesmo tempo em que tentam se equilibrar com o seu lado mais engraçado e solar, tal qual a dualidade jogada sobre seus protagonistas.

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E com uma quantidade de 24 episódios, imagina-se – muito acertadamente – que o anime, apesar de contar sua narrativa principal da jornada de sua princesa sacrifício, arraste a história com subtramas que, mesmo contribuindo para um evento final, prolonguem o anime e quase dêem a impressão de não estar indo a lugar nenhum. É também com o roteiro de Minakami sem saber se aposta ou não em lutas mais violentas, explora ou não a seriedade dos acontecimentos políticos do reino ou se mostra ou não um melhor aproveitamento de seus personagens secundários, que a direção de Kon malmente consegue se tornar interessante em alguns momentos cômicos ou mais dramáticos. Momentos estes que nem são lá grande coisa mas que conseguem dar uma leve pincelada no desenvolvimento de alguns poucos personagens.

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Já a parte visual de a princesa sacrifício e o rei das feras não apresenta nada de tão relevante. Quiçá os trabalhos de Background e designs de personagem podem ser considerado os pontos altos mas ainda assim não chegam a arrancar suspiros de quem possa assistir. O mesmo pode ser dito de sua trilha sonora que consegue complementar tanto momentos mais tensos cômicos quantos os mais dramáticos. Seu segundo tema de abertura “Love Infinity” de Hinano é o melhor destaque desse aspecto, conseguindo resgatar o anime da atmosfera grandiosamente dramática em que tenta miseravelmente impor em sua abertura anterior.

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Sendo assim, a princesa sacrifício e o rei das feras, apesar de contar com uma equipe de produção experiente e um estúdio com títulos populares, surpreende ao entregar um trabalho bastante mediano visualmente e aonde demonstra em seu roteiro, um claro medo de se aprofundar em nas próprias nuances e prefere servir uma inocência água com açúcar de novela das 18 horas. Não seria nenhuma surpresa o projeto ser conhecido por muitos como uma versão mequetrefe de A Bela e a Fera.

A primeira temporada de A Princesa Sacrifício e o Rei Das Feras está disponível no Brasil pela plataforma de animes Crunchyroll com legendas em português.

*As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do autor e não remete necessariamente a posição do ANMTV*