Análise: A Hora do Vampiro é uma boa diversão sem compromisso

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No início do mês, a plataforma Max estreou um novo filme original baseado no famoso livro de Stephen King (IT: A Coisa) chamado A Hora do Vampiro (Salem’s Lot). O projeto, originalmente, deveria ter sido lançado nos cinemas em 2022, mas problemas durante sua produção e incertezas quanto a um possível cancelamento o empurraram mais pra frente.

Eu entendo bem o porquê deste longa não ter estreado na tela grande e a alta cúpula da Warner Bros. Discovery ter optado por sua chegada direto no streaming. Mas isso não significa que eu desgostei do que assisti.

A Hora do Vampiro é bem leve e se você espera por algo tenebroso, cheio de tensão e com situações que lhe farão ficar sem dormir por 3 meses. Tire o cavalo da chuva. Isso não acontece aqui, felizmente para este que vos fala (risos). Não sou tão chegado no gênero e esta leveza foi o que me conquistou.

Warner Bros. / Divulgação

Nos cinemas, este longa certamente teria flopado, uma vez que não é nem de longe um blockbuster, mas também não chega a ser algo que flerta com o cult e agrade aos cinéfilos. Em suma, é quase que uma produção exclusiva de uma Sessão da Tarde ou até mesmo do Cinema em Casa. Algo para assistir numa tarde de bobeira sozinho ou com amigos, com um balde de pipoca e refrigerante.

Na trama, acompanhamos um escritor chamado Ben Mears (Lewis Pullman) que retorna à sua cidade natal: a peculiar Jerusalem’s Lot, no estado do Maine (EUA). Seu objetivo é buscar inspiração para um novo trabalho e descobrir mais sobre seu passado. Aqui vem o primeiro ponto ruim, essa brincadeira de descobrir o passado não vai pra frente. É algo que é jogado, mas não foi desenvolvido e há outras situações iguais a esta aqui.

Diante disso, eu digo que A Hora do Vampiro poderia ter sido grandiosa se fosse uma série. Mas, enfim. Continuando. Ao mesmo tempo em que Ben retorna, um homem inglês torna-se um novo morador de Jerusalem’s Lot e compra uma mansão assustadora na entrada da cidade, o roteiro não se importa muito com ele e nem a gente.

O que importa é o que ele traz consigo: uma grande caixa cheia de terra.

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Após uns dias, Ben e outros moradores vão notando coisas estranhas na pequena localidade. Uma sucessão de mortes repentinas passam a acontecer, todas com as mesmas características. Mas o que poderia ser isso? Inicialmente, acredita-se numa possível doença. Mas eles não imaginavam que seria um mosquito chato e grande. Não, mentira. É um vampiro esquisito que deseja tomar conta da cidade!! Não esperavam por essa, não é mesmo?

Obviamente, Ben e os demais membros deste seleto grupo: Susan (Makenzie Leigh); Padre Callahan (John Benjamin Hickey); Dra. Cody (Alfre Woodard) e o pequeno Mark (Jordan Preston Carter), planejam formas de como parar este ser sobrenatural.

Uma coisa curiosa é o garoto Mark. O moleque tem o quê? 11 anos? Ele simplesmente não teme nada, chega a ser estranho. As vezes, eu tinha mais medo desse menino do que dos vampiros. A coragem dele é fora do normal, mas Stephen parece gostar de crianças corajosas, vide IT. Ele deve curtir um bom anime shounen.

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Mas é como eu disse, o filme entrega pontas soltas e apresenta temas que não são desenvolvidos e deveriam ser. Tudo isso o tornaria mais rico, sabe? Além de bons personagens que surgem e somem do nada.

Todavia, porém, entretanto, A Hora do Vampiro diverte e consegue conquistar. Não é um filme ruim, longe disso. É um bom entretenimento, com personagens carismáticos e cruzes que brilham – sério, eu achei isso aqui sublime.

A Hora do Vampiro está disponível na Max, com dublagem, áudio original e legendas em português.

*As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do autor e não remete necessariamente a posição do ANMTV*