A dor da perda de um ente querido nos animes

Shueisha / Toei Animation / Divulgação

Como todos sabemos, os animes são um meio de entretenimento já bastante estabelecido em nosso país, com uma marca própria de se fazer animação e que muita das vezes é levado ao preconceito, por achararem que “Todo anime é infantil”, o que não é verdade. Contudo, sendo para crianças ou para adultos, os animes nos passam mensagens interessantes, que nos fazem refletir, pensar e principalmente, traçar um paralelo com a realidade e simpatizar pela obra por esse grau de verossimilhança.

Quando vemos algo que nos impacta, como uma perda, muita das vezes nos colocamos no lugar e refletimos sobre aquilo e não queremos acreditar que realmente aquilo aconteceu. E essa especificação é o tema do texto dessa semana: a dor da perna nos animes e a forma com o qual nós, lidamos com ela. Podemos nos englobar nesta enorme esfera “animística“, onde somos grandes fãs dessas obras que há décadas nos fazem cada vez mais gostar de animes e também de mangás. Nas animações japonesas, há detalhes que vemos pouco em animações ocidentais, que é a perda, ou no português mais claro, a morte. Nunca estamos preparados para perder determinada pessoa, seja no mundo real, seja no mundo dos animes e mangás. A negação é um meio de escapatória para não acreditarmos que isso realmente aconteceu.

A psicologia explica muito bem sobre o luto e as consequências disso para vida. E um dos estágios mais graves do luto é a depressão. Mas por que você está falando isso Éder? Bom temos que contextualizar algumas situações para que você realmente entenda toda dinâmica que há por trás de uma perda na vida de uma pessoa. Nos animes, isso acontece com muita frequência, onde personagens que possuem uma grande legião de fãs, acaba morrendo as pessoas não aceitam esse fato de maneira repentina. Eles entram em uma espécie de negação, por entender que aquele personagem não morreu. Chegam até o ponto de “Droparem” até a obra por conta disso e choram por ver aquele pessoa tão amada por ela, perder a vida.

Jiraiya (Naruto), Ace (One Piece), Koro-sensei (Assassination Classroom), são exemplos de personagens queridos por muitas pessoas no mundo dos animes e que tiveram um final trágico em suas respectivas obras. E isso não é ruim, pelo contrário. É um recurso necessário para o crescimento dos protagonistas e nos faz traçar mais uma vez, um paralelo com a nossa realidade.  A perda de pessoas queridas ou amigos fazem parte da natureza de todos nós. O ciclo da vida de nascer, crescer e morrer acontece e quando isso é retratado muito bem nos animes, causa um grau de empatia muito grande, pois ao mesmo tempo que achamos absurdo nosso personagem favorito ser morto, também temos que levar em conta que esse detalhe é um aspecto da vida, que vai acontecer com todos nós, infelizmente.

No começo deste texto, mencionei que as pessoas que não conhecem, dizem que “Anime é coisa de criança“. Eles não deixam de estar certos, pois existem muitos animes destinado a este público e alguns deles tratam da temática de maneira diferente das que eu me referi acima. Em Pokémon Sun e Moon, temos episódios com uma alta carga dramática, como a morte do Stloutland ou ainda na reaparição de algumas pessoas que já se foram para os protagonistas. Esse detalhe é incrível, pois isso ensina as crianças sobre a morte, não de maneira escrachada mas de maneira sútil ao ponto de somente adultos entendem toda a complexidade da situação mas as crianças estão sendo inseridas em um mundo onde perdas vão acontecer, e isso é inevitável para todos nós.

O luto ou a perda de alguém, quando vemos nos animes, ficamos pensativos e reflexivos sobre a situação. A culpa e a raiva são sentimentos intrínsecos em todos nós, que é despertado em situações de extrema carga emocional, e mais uma vez, na perspectiva de um anime, nos passa algo que todos nós passamos ou iremos passar algum dia em nossas vidas. Isso acontece, por exemplo em Fairy Tail, quando Natsu se culpa e chora pela morte da Lisanna, sua grande amiga. Nós ficamos no lugar dele naquele momento e pensamos:”acho que eu faria a mesma coisa”.

A reconstrução para todos nós, é algo progressivo e muita das vezes demorado. A introspecção neste caso acontece muito, pois é a forma que a pessoa lida com o luto. Mais uma vez isso acontece em Fairy Tail, quando a Erza Scarlet “morre”, e todos na guilda passam por um momento de extrema tristeza e de grande introspecção. Mas a vida continua, e querendo ou não, temos que encarar a vida a partir de um grande baque e tristeza.

O último passo do luto é aceitação, onde aos poucos a ficha cai, e realmente percebemos que a vida continua, ou melhor dizendo o anime continua. Por mais que toda situação nos faz ficar muito triste, a vida não para. O seguir em frente é necessário para “curar” esta ferida. Nunca esqueceremos mas nos cercamos de boas companhias, nos faz aliviar e tirar todo esse fardo. Isso acontece em basicamente em todos os animes, em especial destaco Naruto, Fairy Tail, Fullmetal Alchemist, One Piece, Pokémon, entre tantos outros.

Todos nós, adultos sabemos que a vida ela é passageira e que a qualquer momento não podemos estar aqui. Nos animes, isso acontece muito nos animes onde se enfrenta constantes perigos, onde a morte passa na nossa frente, mas o objetivo precisa ser alcançado. A ideia de protagonismo não é de eu sou invencível mas sim eu posso por que eu sou capaz. Vou realizar aquilo que planejei e sonhei, e se tiver que perder minha vida para isso, que assim seja. Os animes é um celeiro enorme de reflexões sobre a vida, cabe você perceber isso, explicitamente ou implicitamente.

Se chegou até aqui diga nos comentários, o que é luto para você, e qual foi a grande perda nos animes que te fez refletir e pensar sobre a vida, ou qual foi a que mais te emocionou.