A decadência da programação infantil do SBT

Divulgação. © SBT

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Já faz alguns anos que a saudosa TV Globinho nos deixara, um sentimento de tristeza se abateu. A TV aberta perdia mais um espaço destinado a este tipo de conteúdo, que já se limitava as manhãs de sábado, mas mesmo assim, se mantinha no ar. O que restava então para aqueles que cresceram e assistiam ao bloco? Unicamente claro, o SBT; menção honrosa a TV Cultura, mas cujo público-alvo é outro completamente diferente.

Embora o término do bloco infantil da Rede Globo tenha deixado milhões de fãs “órfãos”, a emissora do homem do baú estaria preparada para recebê-los? A resposta é sim e não.

Bob Esponja

Divulgação. © Nickelodeon

Pouco depois do encerramento do programa, o SBT anunciou algumas singelas “novidades” para seu tradicional Bom dia e Cia, resgatando atrações clássicas e, posteriormente, programas que passaram e marcaram época na própria TV Globinho, como Bob Esponja. Mas, o problema, é que parou por aí.

Como a única principal emissora a destinar horas e horas de suas programação para este público, seria de natural investimentos gradativos no bloco, mas não é o que acontece. O “BDC” está engessado há muitos anos, e o pior: ninguém lá se importa com isso.

A fórmula do programa está desgastada, é ultrapassada. Girar roletas e entregar malotes de R$ 100, R$ 500, R$ 1.000,00 para crianças não é legal, não existe se quer interatividade em brinquedos/produtos como no passado (o Playstation nunca fora tão popular), isso sem contar nas gincanas apresentadas ao longo do bloco. E acho que não é preciso comentar quanto ao cenário..

Com um filão tão importante para as TV, afinal de contas, às crianças serão os adultos de amanhã, o público que assistirá jornais e novelas, abandoná-las é lamentável. Mas tá, dirão muitos que o SBT produz suas próprias novelas infantis e mantém faixas para desenhos com o propósito de fisgar estes telespectadores; certo, é elogiável, claro, abrir espaço na programação de horário nobre para isso sempre foi motivo de preocupação. Mas tá bom como está? “É melhor isso do que nada?” Será que o SBT não poderia oferecer mais?

O que tivemos numa data tão bacana de ser fazer algo diferente, a véspera de natal? Nada, absolutamente nada especial. Se não fosse o Mundo Disney com filmes e episódios temáticos teria praticamente passado em branco. Os desenhos são o carro-chefe da programação matinal, responsáveis por resultados melhorados na audiência ao fim do dia, porém, como está, é feio. Investimento nulo que envergonha.

Todo mundo entende e respeita a crise que as emissoras vem passando, e o SBT caminha com dificuldades em muitos setores. Em se tratando de filmes todo mundo já sabe. Mas também zerada a emissora não está. E, se os investimentos não existem, a publicidade – que já não é muita – também deixará de marcar presença. E lembre-se que as crianças são “prioridade” na emissora. Imagina se não fossem?!

Divulgação. © Mattel

Divulgação. © Mattel

No sábado a situação é pior, o “Sábado Animado” não é mais aquele que conhecíamos, se quer se assimila de algo assim. É apenas um amontoado de mais do mesmo que o BDC já apresenta e uma vitrine para a Mattel. A situação tende a piorar sim, uma vez que o sinônimo do SBT é taxado por comodismo – o que não deixa de ser verdade.

Lembra da pergunta deixada acima? “É melhor isso do que nada?”, pois bem, para os diretores é sim. É o que se tem. Depois é só reclamar com o Ibope e dizer que a audiência está sendo forjada, já que culpa eles não tem, nunca tem. Algumas tentativas até existiram, como o Bozo, mas.. sério? O Bozo?

Divulgação. © Warner Bros.

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Não a atrativos para o BDC, todo mundo já viu o que tem ali. Criança gosta de ver o mesmo episódio várias e várias vezes, é sabido, mas cansa. E ali, já deu o que tinha que dar.

Com tudo que o SBT já nos proporcionou no passado, apresentadores que pelos programas infantis passaram, entretenimento que realmente enchia os olhos, entristece que a situação esteja assim. A programação infantil largada ao vento, apenas da lembrança para os fãs do que ela já foi e representou tempos atrás.

E pra fechar, sim, um bloco infantil inexistente na Rede Globo faz falta. As concorrentes correm a sua sombra, e se lá não existe, o marasmo toma conta.

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