Análise: Resident Evil Village

Capcom / Divulgação

Autoria: Henrique Zanardi

Resident Evil Village, oitavo game da famosa franquia de terror já está entre nós, e o ANMTV teve a oportunidade de experimentar esse título à convite da Capcom. Aqui, iremos comentar mais sobre o jogo mas sem spoilers.

Village é continuação direta de Resident Evil 7, mantendo a visão em primeira pessoa e dando continuidade a história de nosso herói sem rosto Ethan Winters.

História

Após três anos dos incidentes da casa Baker, vemos Ethan e sua esposa Mia, agora pais, vivendo na Europa sobre a proteção de Chris Redfield. Ethan se mostra ainda muito afetado pelos ocorridos em Luisiana e isso deixa sua relação com Mia abalada. Em um acontecimento fatídico, Ethan se vê na obrigação de resgatar sua filha, pequena Rose e se vingar do que aconteceu com sua esposa. A história é cheia de mistérios e envolve toda a série de Resident Evil, realizando retcons importantes na história e com um ousado plot twist.

Os quatro lordes

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Cada lorde possui sua própria área, onde o backgrounds de cada um deles são melhores explorados. Na área do primeiro lorde, temos o famoso jogo de gato e rato onde somos perseguidos e nos sentimos jogando o primeiro título da série, em uma total atmosfera de nostalgia e exploração. Aqui, temos subchefes e é possível ver o quanto que a Capcom estudou a ambientação da época para transmitir isso muito bem na arquitetura do castelo, somente é uma pena que não vemos o suficiente dos personagens.

O segundo lorde onde vemos realmente o quanto a Capcom consegue fazer um terror genuíno. É o momento de realizarmos mais puzzles do que combate. Salve o fato de que realmente a Capcom fez o seu dever de casa com o inimigo original dessa parte. Talvez seja a parte mais curta do game, dependendo da velocidade do processo de cada jogador em desvendar os mistérios.

O terceiro lorde, talvez por uma questão de deixar o jogador respirar depois do sufoco passado no último, lembra-se bastante Resident Evil 4, seja por um inimigo específico ou pela proposta dessa área. Em relação ao último lorde, esse sim, existe um grande problema. O ritmo nessa parte decai, remetendo muito ao controverso Resident Evil 6, onde temos uma ação desgovernada, inimigos genéricos e uma área maior do que o necessário. A ambientação é ótima, não há duvidas quanto a isso, mas seu lorde teve seu potencial desperdiçado, pois era um poço de carisma e sua última forma é desanimadora, remetendo as famosas paredes de carne da série.

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Nos minutos finais somos bombardeados com as respostas de toda a historia numa só vez. Isso pode incomodar alguns jogadores, pois passamos pela campanha na escuridão total para que nos momentos finais tudo seja esclarecido.

Jogabilidade

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Uma das novidades do jogo é o nosso mercador duque, um personagem enigmático que fornece armas e munições a Ethan e também a compra de tesouros. Em sua loja é possível adquirir melhorias ou receitas para que possamos criar itens.

A jogabilidade permanece em primeira pessoa, porém agora com novidades. Ethan que no último jogo era capaz apenas de se defender, agora também consegue empurrar seus inimigos e inclusive atirar enquanto mira. E por falar nela, amira é mais precisa e todos os controles respondem muito bem.

Com mais bagagem, Ethan é capaz de usar um arsenal maior de armas que vão de pistolas até minas. Tudo isso, na maestria de um grafismo de alta qualidade. Não exagero, seria chover no molhado dizer o quão é bonito os gráficos e a ambientação do jogo. Vamos, além da vila, de castelos até lagos, fabricas e casas abandonadas. Inclusive, o game se passa quase que inteiramente de dia, mas o horror para que fiquemos aflitos em lugares abertos é constante.

Inimigos

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Diferente do antecessor, que foi o jogo onde a Capcom estrelou seu novo motor gráfico RE Engine, vemos que no Village, o motor gráfico foi aperfeiçoado pela variação de inimigos. O jogo possui, o que é novo na franquia, a possibilidade de batalhas opcionais com chefes. Todas as batalhas com eles são grandiosas e de tirar o fôlego.

Em sua primeira jogatina é possível fechar o jogo em 9 horas, porém como o cenário para exploração fornece a possibilidade de adquirir tesouros e colecionáveis, tais como files que expandem mais a história e os bodes (servem como os senhores onipotentes de Resident Evil 7), facilmente chegasse a marca de 13 horas. Seu fator replay se dá aos troféus desafiadores que vão de colete a todos os files ou encerrar em apenas três horas.

Dublagem

A dublagem do jogo, algo inédito na franquia, mostra o quanto os fãs brasileiros possuem força na comunidade de Resident evil, trazendo vozes como Rafael Rossatto como Ethan e Leo Rabelo como Chris,e Adriana Pissardini (Lady Dimitrescu.

Em suma, vemos o empenho que a Capcom trouxe escutando os feedbacks do Resident Evil 7 em uma aventura assustadora. É possível você se divertir caso seja um jogador dos primeiros jogos onde à mansões e laboratórios ou da fase ação onde temos combates frenéticos com inimigos tenebrosos ou caso seja apenas um jogador casual. Vale a pena experimentar o jogo.

O que podemos esperar para o futuro?

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Claramente a Capcom pretende dar continuidade na talvez sua franquia mais rentável. Com um gancho numa cena de epílogo, temos a certeza de que a saga de Ethan não terminou no Village. Agora, esperamos ver histórias mais envolventes e com a mão mais pesada no terror. Estamos em uma outra era onde Resident Evil se reinventou e o RE 8 veio para somar nessa saga que possui mais de 20 anos.

Resident Evil: Village está disponível em diversas plataformas como PC, PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One e Xbox Séries X.

Agradecimentos ao nosso colaborador especial Henrique Zanardi