Análise – Hands of Necromancy II: Doom com Cajado

Análise – Hands of Necromancy II: Doom com Cajado
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Se me permitirem que eu me abra um pouco, eu sou um grande fã de jogos de tiro em primeira pessoa ou First Person Shooter, como é conhecido pela comunidade gamer. E sendo um adorador deste gênero, para quem também curte este estilo, já ouviram falar de um clássico da era dos 32 bits chamado Hexen, continuação de Heretic e produzido pela Raven Software?

Neste título tínhamos um doom de espadas e cajados, invadindo masmorras; castelos; templos; pegando chaves e itens para resolver enigmas e avançar para as próximas fases. Me chamava muito a atenção que uma das classes do jogo – um necromante – tinha como arma um livro de magia e passava a impressão que você estava lendo um feitiço para utilizar e era maneiro. Enfim, o tempo passou e desde Heretic 2 nunca mais houve um game baseado na série Heretic/Hexen e a Raven Software atualmente está cuidando do jogo Wolfenstein. É uma pena, pois ficamos órfãos dessa série.

Enquanto isso, vários desenvolvedores começaram a produzir títulos homenageando a franquia Hexen, entre eles Apocryph; Amid Evil; Graven, sendo este produzido pela 3D Realm e por fim, Hands of Necromancy, que agora lança a sua sequência para Steam. Será que este é tão bom quanto seu antecessor, respeitando o legado que Heretic deixou?

HON Team / Divulgação

Na história, bem simplificada, para um game estilo clássico de first person shooter, uma horda de criaturas invade o mundo dos humanos, causando guerra e destruição e você, como necromante, decide investigar.

Partindo para a jogabilidade, notamos a primeira diferença em relação ao seu antecessor, há duas classes de personagens: a primeira temos o herói do game anterior, com sua gameplay semelhante ao do primeiro jogo, usamos cajados, espadas, anel de gelo, livro de magia de ventos, entre outros. Enquanto que a novidade é uma nova personagem ou sua classe Phaedra, ou profanadora, suas armas, assim como a classe Acheron, utiliza cajados de gelo, braceletes de fogo, adaga, magias de ventania e espingardas. Por mais que eu ache interessante estas novidades, Phaedra não difere em nada do necromante e seria muito melhor que o personagem usasse armas de curta distância, como espadas, machados, chicotes.

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O game ainda conta com itens para serem utilizados em auxílio, como poções de curas – que são limitados – porém oferece itens permanentes que servem para locomover em áreas inacessíveis como, por exemplo, cobras e aranhas para entrarem em áreas que seja necessário passar por debaixo de paredes, incendiador infernal ou esqueleto flamejante para passagens com lavas, golem e lobo ogro para destruir rachaduras e finalmente morcego e serpe para voar e alcançar locais muito altos.

Uma outra diferença é a passagem pelas fases do jogo, diferentemente do primeiro game que seguia um sistema semelhante a Hexen, que era praticamente um backtracking – termo usado para quando você precisa voltar ao estágio anterior, pegar um item que serve como chave para resolver um enigma e assim avançar no jogo. Já a sua sequência segue uma linha mais próxima de Heretic que é fase por fase, de forma mais linear, sem uso de backtrack. O que considero bom para quem deseja começar a experimentar esta franquia, mas para quem curte o gênero mais próximo de metroidvania, pode estranhar um pouco e também reduz a dificuldade, para quem curte resolver quebra-cabeças.

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Também temos disponível o modo tutorial e aconselho muito utiliza-lo antes de jogar, pois explica muitos detalhes que podem ser usados durante seu trajeto, caso contrário, você pode ficar muito perdido.

Será que Hands of Necromancy II honra o legado de Heretic e Hexen? Na minha opinião, embora os jogos tenham suas diferenças, o primeiro título foi o que mais se aproximou da essência da franquia produzida pela Raven Software, que está no limbo e pode-se chamar de sucessor espiritual.

Nota 8/10

Review feito a partir de uma cópia de Hands of Necromancy II, enviada pela Fulqrum Publishing.

*As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do autor e não remete necessariamente a posição do ANMTV*