Análise: Duna é como o cinema deve ser: Arte!

Warner Bros. / Divulgação

Na noite da última segunda-feira (18), o Cinemark e a Warner Brasil promoveram a pré-estreia do filme Duna, adaptação do livro homônimo escrito por Frank Herbert em 1965. A obra é um clássico da ficção cientifica, considerado o livro mais vendido de todos os tempos nessa categoria e um dos mais importantes títulos de fantasia e ficção moderna. Essa, porém, não é sua primeira adaptação cinematográfica. Em 1984, o diretor David Lynch adaptou a história do livro com muitas pitadas autorais findando no fracasso da 1ª adaptação seguida dos anos 2000 com uma totalmente esquecível minissérie no Sci-fi Channel.

A convite da produtora Huuro, tivemos a oportunidade de participar dessa noite tão especial com uma das primeiras exibições publicas do longa aqui no Brasil. O Cinemark, mais uma vez, disponibilizou uma sala XD com uma tela gigante e som 7.1, proporcionando uma experiência incrível. Ouvir a trilha sonora composta pelo genial Hans Zimmer num sistema de som de tal porte faz com que a imersão seja ainda maior.

Duna conta a história do jovem Paul Artreides (Timothée Chalamet), filho do Duque Leto (Oscar Isaac) e Jessica (Rebecca Ferguson). A Família Artreides deixa seu planeta natal e parte para o planeta desértico Arrakis a pedido do Imperador para coletar um material muito valioso chamado de Especiaria. Arrakis ficou sob domínio da família Harkonnen por 80 anos e a decisão do Imperador não deixou o Barão Vladimir (Stellan Skarsgård) nada feliz. Com isso, dá-se inicio um grande conflito entre as famílias.

Preciso deixar claro que esse texto é escrito por alguém que não leu o livro ainda (inclusive, um dos brindes da sessão foi uma edição capa dura da obra como cortesia da editora Aleph) e que não assistiu o filme de 84. Minhas impressões são de alguém que não tinha nenhuma informação prévia do filme, seja trailer ou sinopse. Confesso que isso ajudou muito no impacto que o filme causou.

Este texto não contém spoilers!

Warner Bros. / Divulgação

Adaptar Duna não é uma tarefa fácil por se tratar de um livro extremamente extenso com uma mitologia muito rica em detalhes, mas quem assumiu esse projeto foi o talentoso diretor Dennis Villeneuve (A Chegada, Blade Runner 2049) que não poupou tempo de tela para contar detalhes sobre o universo épico criado por Frank Herbert. Logo de início, fica claro que o longa não trará um desfecho para a história, tratando-se apenas da 1ª parte. As 2h35m de filme adaptaram cerca da metade do livro. Por mais que pareça muito tempo, ao fim do longa parece que foi bem menos e deixa aquele gosto de “quero mais” e uma vontade de descobrir como serão resolvidos os conflitos da história.

Duna traz efeitos muito bem trabalhados, o que me deixou na dúvida se tudo realmente era efeito especial ou se tinham efeitos práticos também. Toda a fotografia e ambientação é muito bem desenvolvida em cada detalhe e a mescla de elementos tecnológicos e outros mais clássicos, como lutas com espadas, dá um tom bem interessante.

O longa não se trata de um grande blockbuster com piadinhas e cenas de ação desenfreada. Trata-se de um filme épico, dramático, artístico que enfatiza o cinema como arte e não apenas entretenimento. Apesar de mais de duas horas de duração, muitos momentos são contemplativos e enfatizam o talento do elenco em expressar sentimentos sem usar palavras. Tudo isso somado a maravilhosa trilha sonora já citada.

Warner Bros. / Divulgação

O elenco com nomes de peso e figuras conhecidas de outras produções dá o brilho e vida a fantástica história de Frank Herbert. Dou um grande destaque para o jovem Timothée Chalamet que dá um show de interpretação. Também não podendo deixar de lado as performances de Oscar Isaac, Jason Momoa, Josh Brolin e Zendaya.

Mas também não pense que o filme se resume apenas a cenas silenciosas e dramáticas, ele traz ação através de cenas de luta, explosões e perseguições com naves. Existem momentos de tensão, principalmente quando os grandes vermes do deserto entram em cena.

Warner Bros. / Divulgação

Se nunca teve contado com Duna, aconselho a ir ao cinema para poder apreciar todas as surpresas e reviravoltas na história para, só então, correr atrás de informações sobre o universo e, quem sabe, ler o livro. Se você é fã de filmes épicos como O Senhor dos Anéis e de grandes sagas de ficção cientifica e viagens interplanetárias como Star Wars, Duna é mais que recomendado (e se possível assista em uma sala XD do Cinemark).

Duna estreia exclusivamente nos cinemas brasileiros em 21 de outubro.

*As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do autor e não remete necessariamente a posição do ANMTV*